Antes da “Nova Gente” havia a Gente, que não resistiu ao 25 de Abril, apesar de uma tímida tentativa de conversão ao novo jet-set militar e político. Vai daí Jacques Rodrigues pegou no titulo, rebaptizou-o, e lançou-se no mercado em Setembro de 1976, fazendo companhia a outras três revistas do mesmo empresário: “Mulher Moderna”, “Florbela” e “Cigarra”, todas com as suas “fotonovelas completas”. Esta era a capa do primeiro número da “Nova Gente”, que custava 20 escudos, tinha 52 páginas e misturava Lurdes Norberto com Mão Tse Tung, Mário Soares com Nádia Comaneci. Havia até artigos de opinião não assinados, como aquele em que, sobre os 70 minutos que Mário Soares, então primeiro-ministro, ocupara a falar à nação e a pedir “Trabalhar e poupar”, a revista escreve: “Não desesperemos, mas não adormeçamos no Cântico de Sereias!”.
Vera Lagoa é a entrevistada central da edição – e da leitura da entrevista releva uma mulher socialista, injustamente acusada de ser fascista nos anos 74 e 75...