Entre 1999 e 2001, fui um bocadinho mais feliz porque todos os meses chegava a Portugal a Talk – a revista que Tina Brown criou para provar que havia mais mundo depois da Vanity Fair e da renovação bem sucedida (e carérrima, conta-se...) da The New Yorker.
Tina Brown é a mais moderna das editoras de revistas, e um exemplo do que pode resultar da soma do conhecimento, com a elegância, com um travo ligeiro de frivolidade. O génio, talvez.
A Talk, se tivesse sabido sobreviver, era a concorrente de que a Vanity Fair nunca precisou – mas que, no entanto, não lhe faria mal nenhum. Quando tento perceber o que falhou na Talk, lembro-me do ensinamento da politica: ter razão antes de tempo é o mesmo que não ter razão.
Se alguém sabe, neste mundo, onde pode estar o futuro das revistas impressas em papel, aposto que Tina Brown é uma dessas pessoas. Perdi-lhe o rasto nos últimos anos.
Na edição a que reporta esta capa, o especial “Innovators & Navigators” tem um portfolio assinado por David Bailey, Fabrizio Ferri, Mondino, Steve Read, Bob Richardson, Oliviero Toscani e Deborah Turbeville. E na escolha da revista está Madonna, mas também o Cirque du Soleil, Bjork, Thomas L. Friedman, Oprah, Almodovar... e mais uns tantos.