Encontrei esta primeira página de O Independente (não é demais lembrar: director, Miguel Esteves Cardoso; director-adjunto, Paulo Portas: subdirector, Manuel Falcão), de Julho de 1988, e achei piada à conjugação dos dois títulos principais: espiões em Portugal e os problemas que dão, e privatizações à vista e a palavra, ou falta dela, dos empresários. Pronto, foi há 23 anos, mas a vida é mesmo assim...
By the way, o jornal custava 125 escudos, ou seja, mais ou menos 75 cêntimos.
Eu trabalhava em O Independente e ganhava 600 euros por mês – mais ou menos o que hoje ganha, na devida proporção, um assessor de ministro...
Da esquerda para a direita: a minha irmã Fátima, o meu cunhado José, a minha mãe, o meu pai, a Aninhas (de costas, a olhar para o mar). Praia Grande, um Verão de antes de 1987, eu diria algures entre 1980 e 1982. A fotografia é tirada por mim, que à época tinha a mania da fotografia...
Mas a ideia desta memória, para lá da família, é recordar a mulher que à direita explica ao meu pai os mistérios do tempo, de como pode estar frio em Sintra quando em Lisboa escalda, e todo o fenómeno do microclima do Penedo e arredores. A mulher era a mais que famosa Dona Luísa, a rainha da bola de Berlim, mais tarde (depois de se reformar) abafada pelo “Lá Vou Eu” – que, faça-se justiça, mais não era do que um seguidor sem graça da técnica da Dona Luísa, que fazia das bolas da Praia Grande as mais saborosas de todo o Portugal. Dito por mim, que nunca comi bolas noutro lugar.
Mas agora que é Verão, convém deixar escrito.