Aqui fica o meu postal de Natal. Foi comprado agora, numa caixa linda, mas reúne reproduções de postais antigos de Paris. Fica bem neste cantinho de imagens antigas que alimento no blog. E sempre dá um certo espírito à época na página de entrada... Estes postais vendem-se em boas papelarias e livrarias por essa Europa fora, mas também há um site da empresa que os fabrica, e que pelos vistos é norte-americana: http://www.cavallini.com/
Aqui há dias, passeava pelos fundos de uma loja de velharias no Alentejo, e descobri uma montanha de edições soltas do “Cavaleiro Andante” (esta tem a data de 28-1-1961). Comprei duas ou três – mais pelas capas do que pelos conteúdos. Mas também, de certa forma, porque aquele nome me evoca o meu irmão António Manuel, que foi do tempo do “Cavaleiro Andante” e ainda partilhou comigo o Major Alvega – e que recordava as duas publicações sempre que falávamos de leituras de uma época. Folheando a revista, descubro que não tem apenas banda desenhada, mas também alguns artigos, interactividade com os leitores, e até esta ideia feliz de passar a BD a biografia de ídolos juvenis, como foi Kopa nos anos 60. Na minha santa ignorância, também não sabia que o escritor e jornalista Adolfo Simões Muller foi director do “Cavaleiro Andante”. Por um euro, aprendi que me fartei. E lembrei o meu irmão de forma suave e doce.
Não me lembro quando foi tirada – ainda que tenha a certeza de ter sido entre a década de 80 e 90 do século passado -, e nem sequer tenho a certeza de ser eu o autor da foto, embora a (baixa...) qualidade do original e da ampliação me digam que sim. De qualquer forma, o registo vale por si: Caetano Veloso chama Amália Rodrigues ao palco do Coliseu. E ouve-a e admira-a - como o seu olhar bem demonstra.
Mais tarde, Caetano voltaria por diversas vezes a Lisboa – e numa dessas ocasiões tive o privilégio de estar com ele, à mesa do “Sr. Vinho”, ouvindo Maria da Fé cantar. Estavam também o José Matos-Cristóvão, o José Nuno Martins, a Maria João de Saint-Maurice, o Carlos Gomes. E mais pessoas que a memória não atinge. Não interessa: percebi nesse momento que Caetano tinha com o fado uma relação de reverência e rendição que raras vezes observei num artista, justamente pela condição de arte maior, ou com mais História, do que a sua tão maior arte. Se já o admirava, ganhei então um respeito infinito pela sua humildade. É um dos meus eleitos da música de sempre.
Na semana em que estreia o filme "Amália", lembrei-me de uma pequena colecção de fotografias que tenho da cantora. Foram reproduzidas a partir de originais pouco conhecidos e serviram-me para uma edição especial do suplemento DNA do Diário de Notícias.
Tão nova e tão bonita, Amália.