Este domingo vi pela primeira vez, no cinema, a (extraordinária!) apresentação do novo 007 (estreia em Novembro), e uma vez mais aterrei num pensamento comum, porém pouco explorado: quando hoje se fala em globalização, seria justo lembrar que a música e o cinema foram as primeiras disciplinas a perceberem, aplicarem e obterem resultados sobre essa “fórmula capitalista”. Que hoje nos dá, a um tempo, a felicidade e a tragédia...
E como me lembrei desta ideia, que um dia destes exploro no blog com maior empenho e dedicação, fui buscar aos arquivos um cartaz do “Diamonds are Forever” (1971) na versão... japonesa. A arte sempre à frente do capital.
Esta coisa do preço dos combustíveis vem de longe... O escândalo que levou o semanário bem à esquerda “Ponto” a fazer manchete com os 50$00 que em 1980 custava a gasolina era justamente motivado pelos aumentos então decretados pelo Governo de Sá Carneiro...
O “Ponto” nasceu à esquerda e quis ser um semanário popular de qualidade, piscando o olho ao povo mas escrito para poder ser lido pelas elites... Dirigido por Abel Pereira, juntava muitos ex-Diário Popular, de Acácio Barradas e Ângelo Granja, de Baptista-Bastos a José Leite Pereira. Durou menos do que devia
Não sei muito nem pouco sobre este postal antigo que comprei na feira de antiguidades que regularmente anima o centro da Praça de Londres. Em rigor, sei nada. Mas lembrei-me dele hoje, véspera do casamento da minha amiga Lú. A Isabel, que é como na verdade se chama a Lú, nunca deixou de acreditar. Foi paciente. Não quis falhar segunda vez.
Com ou sem a nova lei socialista, casa amanhã, sábado, e eu acredito que vai ser muito feliz.
Não sei se o “tomei de empréstimo” – para sempre... - dos meus pais, se o comprei numa Feira da Ladra, ou de onde veio – mas encontro, entre arrumações, a primeira edição portuguesa de “Cabra Cega”, o romance de Roger Vailland que foi, tanto quanto me lembro, uma das minhas primeira leituras da adolescência militante...
Libertino – lembro-me que gostei da palavra, que a critica aplicava a Vailland.
Esta edição, de 1959 (calma, eu só li o livro em 1978, tinha 14 anos...), foi publicada pela Ulisseia, traduzida por Hélder Macedo e tem um prefácio de José Cardoso Pires onde se pode ler: “Politica e empresa amorosa tinham a sua bela aliança – primeira nota a fixar na análise do «jogo por dentro». Segunda nota, corolária da primeira ou vice-versa: a felicidade individual requer planificações políticas amplas e ambiciosas. O burocrata, o carreirista da governação ou o legislador provinciano têm pavor aos projectos vastos”. Lá está.
Fiquei com vontade de reler o romance que, de alguma forma, me iniciou na fina mistura entre a vida juvenil na política, na escola e nos amores...
John Kennedy na sua cadeira favorita, no ano em que foi eleito Presidente dos Estados Unidos da América, na década de 60 do século passado. Escolhi esta fotografia, que está integrada na colecção Hulton Getty (uma das mais valiosas do mundo, que reúne imagens de agências e fotógrafos de todas as origens), em mais uma ausência aqui deste lado esquerdo do blog. Uma semana, não mais.
Mas faz sentido: esta semana passa mais um 11 de Setembro, estamos em plena campanha eleitoral, simpatizo com Obama e tenho saudades de olhar para os EUA e ver este país de poder e sensatez, de respeito e liberdade, de futuro e democracia, que de alguma maneira o tempo Kennedy inspirou, voltar a ter uma luz quente sobre a sua existência.
Na semana das eleições em Angola, lembrei-me de digitalizar este anúncio de imprensa (de 1971) do Banco de Angola, que encontrei numa newsmagazine portuguesa desse tempo.
Claro que tive curiosidade em saber o que era um “macuta” e que era feito deste Banco de Angola.
Foi fácil: o site do Banco Nacional de Angola conta que o seu antecessor tinha “a sua sede instalada em Lisboa para “ se esquivar às influências locais e para ser mais directa a fiscalização do Ministro das Colónias. O Banco de Angola deteve até 1957 o exclusivo comércio bancário em Angola. (...) Um ano após a independência de Angola, (...) foi criado o Banco Nacional de Angola e aprovada a sua Lei Orgânica”. Hoje o “herdeiro” deste Banco de Angola é o Banco Central do país, “acometido de maior responsabilidade e autonomia para com maior propriedade conduzir e executar a política monetária e cambial do País”.
Quanto ao “macuta”, descubro num site sobre a História de Angola que remonta ao tempo do Marquês de Pombal moeda com este nome, “privativa para Angola: exibia, pela primeira vez, o dístico “África Portuguesa”. Depois de várias mortes e renascimentos, foram cunhadas de novo moedas com esta designação durante a ditadura e até, pelo menos, 1967...