O que me impressionou neste anúncio, que encontrei numa revista portuguesa dos anos 70, não foi o Banco ou a mensagem publicitária – mas a imagem do “livro de cheques”, que me “enviou” a uma velocidade alucinante para os meus 10, 12 anos, e para aquelas memórias fixas que guardamos dos nossos pais. Eu recordo com precisão o gesto do meu pai: tirar do bolso interior do casaco o “livro de cheques”, desdobrá-lo e começar a preenchê-lo...
... Isso: um livro com picotado, “canhoto” (à esquerda, óbvio) para anotar o valor, e uma folha de generosas dimensões onde se escrevia o que havia a escrever. Um objecto que pertencia ao mundo dos adultos.
Pensei nisto porque ao mesmo tempo – associação de ideias... – tentei encontrar na memória a ultima vez que fui forçado a passar um cheque e nem sequer me lembro. Foi seguramente há mais de um ano.
By the way: nem sei que raio é hoje o que resta do Banco Borges & Irmão...