Ao longo de 25 anos fiz muitos programas de televisão, devo ter estado “no ar” alguns milhares de horas. Dos tempos do Programa das Festas e dos Tempos Modernos, com a Ana do Carmo, ao Falatório da RTP-2 (que o Herman bem gozou, chamando-lhe “Engraxatório”...), passando pelo “Legitima Defesa” na TVI e o “Encontro Marcado” na SIC Mulher, a lista é grande. Mas a verdade é esta: na esmagadora maioria dos casos, quando alguém se quer lembrar de algo que fiz, do que se lembra é do “Canal Aberto” (RTP-1). Não porque tenha sido um momento relevante, que não foi, ou duradouro, que também não foi – mas por causa do cenário, da “montra” aberta para a 5 de Outubro e dos transeuntes a espreitar pelo vidro e dizerem adeus à família. Como uma vez me disse um homem de uma garagem, “lá o que vocês dizem não interessa nada, agora o pessoal lá atrás a dizer adeus é que eu não perco...”
... Encontrei esta foto, tirada minutos antes do programa estrear. Tratando-se de uma emissão em directo interactiva – das primeiras que se fizeram na nossa televisão -, tive no primeiro programa dois experientes homens da comunicação “olhos nos olhos” (ou ouvidos nos ouvidos, pela rádio...): Cândido Mota e Joaquim Letria. Estávamos em 1996...